15ª Plenária da CUT-CE fortalece unidade e traça estratégias para os trabalhadores
Encontro híbrido reuniu 140 delegados e delegadas, debateu conjuntura, aprovou moções e encerrou com os 42 anos da Central
Publicado: 29 Agosto, 2025 - 09h27 | Última modificação: 29 Agosto, 2025 - 16h43
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Tarcísio Aquino

A 15ª Plenária Estatutária da CUT Ceará foi realizada ontem (28), em formato híbrido, com a presença de 140 delegados e delegadas representando sindicatos filiados da capital e do interior. O encontro, marcado por intensos debates e deliberações, reforçou a unidade da Central e definiu estratégias de ação diante dos novos desafios da classe trabalhadora.
Abertura com foco na luta nacional e estadual
A programação começou com a exibição de um vídeo enviado pelo presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, que ressaltou a importância da plenária para o fortalecimento da luta sindical.
“Estamos reunidos na 15ª Plenária da CUT-CE para debater os grandes desafios da classe trabalhadora: a reforma tributária, o fortalecimento da negociação coletiva e a valorização das centrais sindicais. Esse é um espaço fundamental para pensar a política nacional e estadual e para organizar a luta que precisamos travar nos próximos anos”, afirmou.
Na sequência, o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, destacou o caráter estratégico do encontro.
“Essa plenária reafirma o papel da CUT como referência na luta da classe trabalhadora, apontando caminhos para o enfrentamento das mudanças no mundo do trabalho e para a defesa dos direitos historicamente conquistados.”
A secretária de Mulheres da CUT Ceará, Claudinha Silva, também participou da mesa de abertura.
“As mulheres trabalhadoras têm papel central na construção da CUT e na defesa da democracia. Esse espaço reafirma o protagonismo feminino na luta sindical e social”, disse.
Regimento e análise de conjuntura
Após a abertura, os delegados aprovaram o regimento interno da plenária. O secretário de Administração, Emanuel Lima, destacou a importância do processo democrático.
“O regimento é o que garante transparência e legitimidade a todas as etapas da plenária. É a base que assegura a participação de cada delegado e delegada em condições de igualdade.”
Matheus Modesto
Na análise de conjuntura, o presidente estadual do PT Ceará, Antônio Filho (Conin), destacou a pauta das jornadas de trabalho.
“No Ceará, defender o fim da escala 6×1 é afirmar nosso compromisso com jornadas de trabalho mais humanas e com a qualidade de vida de quem sustenta a nossa sociedade.”
Em seguida, o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, apresentou o balanço das ações da central no último período, ressaltando a ampliação da organização de base e a presença da entidade nas lutas nacionais.
A secretária de Cultura da CUT Ceará, Gardênia Baima, ressaltou a importância do encontro para o fortalecimento da unidade sindical.
“Este encontro é fundamental para reunir nossas forças, compartilhar experiências e construir estratégias conjuntas. A plenária demonstra a capacidade da CUT de se renovar e seguir firme na defesa da classe trabalhadora.”
Inteligência artificial e o mundo do trabalho
O primeiro painel discutiu os impactos da Inteligência Artificial no mundo do trabalho, com palestra do professor André Luan Nunes Macedo.
“A formação política sindical é fundamental para que dirigentes e trabalhadores dominem a inteligência artificial, transformando-a em uma ferramenta de esclarecimento e de fortalecimento do debate da classe trabalhadora”, disse André.
Os mediadores também reforçaram o debate. O Secretário de Mobilização e Relações com Movimentos Sociais da CUT Ceará, Hernesto Luz, afirmou que
“A IA já está transformando as relações de trabalho. Precisamos nos apropriar dessa tecnologia para defender os direitos dos trabalhadores.”
A coordenadora pedagógica da Escola Nordeste, Lúcia Silveira, acrescentou:
“Discutir inteligência artificial é discutir o presente e o futuro do trabalho. A CUT tem a responsabilidade de preparar sua base para esse cenário.”
Meio ambiente e saúde do trabalhador
O segundo painel tratou dos impactos ambientais na saúde, com exposição do professor Émerson Ferreira de Almeida (UVA).
“A exploração de urânio no Ceará, por exemplo, representa sérios riscos ambientais e ocupacionais. A exposição a esse tipo de elemento pode comprometer de forma grave a saúde dos trabalhadores, exigindo estudos, monitoramento e políticas efetivas de proteção”, alertou.
Mediando a mesa, a secretária de Saúde do Trabalhador, Carmem Santiago, destacou:
“Não há saúde do trabalhador sem respeito ao meio ambiente. Esse debate é essencial para garantir condições dignas de vida e trabalho.”
O secretário de Meio Ambiente da CUT Ceará, Claudemir Brito, reforçou:
“Precisamos de uma ação sindical firme contra os impactos ambientais que atingem diretamente a classe trabalhadora, em especial os mais pobres e vulneráveis.”
Desafios do movimento sindical
No período da tarde, o terceiro painel discutiu os desafios do movimento sindical com a participação da vice-presidente nacional da CUT, Juvândia Moreira, que destacou a necessidade de fortalecer a negociação coletiva e a resistência frente ao avanço da precarização das relações de trabalho.
Moções aprovadas
Foram aprovadas por unanimidade duas moções: uma em apoio à CONTAG e outra pela ratificação da Convenção 190 da OIT. O secretário de Administração, Emanuel Lima, propositor da primeira, afirmou:
“Defender a CONTAG é defender a agricultura familiar e os milhões de trabalhadores e trabalhadoras que produzem o alimento que chega à mesa do povo brasileiro.”
A moção pela ratificação da C-190 foi apresentada pela delegada Ozaneide de Paula, que destacou a importância da medida.
“A Convenção 190 é um instrumento fundamental para proteger as mulheres trabalhadoras e garantir ambientes de trabalho livres de violência e assédio”, disse.
Emendas ao texto base da 17ª Plenária Nacional
Foram ainda aprovadas emendas ao texto base da 17ª Plenária Nacional da CUT, apresentadas pela corrente O Trabalho. A secretária de Organização e Política Sindical da CUT Ceará, Maria das Graças Costa, que coordenou a mesa, avaliou o processo de votação.
“As emendas reforçam a democracia interna e ampliam o debate político da CUT, garantindo que nossa intervenção nacional esteja conectada com as lutas que travamos no Ceará e em todo o país.”
O secretário de Organização da CUT Ceará, Roberto Luque, também destacou o conteúdo das propostas.
“As emendas reforçam a necessidade de enfrentar a precarização, de revogar reformas que retiraram direitos e de ampliar a solidariedade internacional da classe trabalhadora.”
Matheus Modesto
Encerramento com aniversário da CUT
A plenária foi encerrada com a celebração do aniversário de 42 anos da CUT, marcada por homenagens e reafirmação do compromisso histórico da central com a democracia, os direitos sociais e a soberania nacional.