32 mil homens se unem pelo fim da violência contra mulher
A campanha Homens Unidos pelo Fim da Violência contra as Mulheres
Publicado: 08 Dezembro, 2008 - 11h52
Escrito por: CUT CE
A campanha Homens Unidos pelo Fim da Violncia contra as Mulheres que encerrou-se neste sbado (6) j recebeu a adeso de mais de 32 mil homens. No Brasil, a campanha uma realizao da Rede de Homens pela Eqidade de Gnero (Rheg) e do Instituto Papai.A idia da campanha e do decreto que instituiu 6 de dezembro como o dia de mobilizao dos homens pelo fim da violncia contra a mulher surgiu no movimento social em defesa dos direitos humanos, na discusso sobre as questes de gnero. Quando falamos de gnero, estamos falando de desigualdade dentro de uma perspectiva de base machista que no afeta s as mulheres mas tambm os prprios homens, observou o coordenador da Rheg e do Instituto Papai, Benedito Medrado. Segundo a Organizao Mundial da Sade (OMS), quase metade das mulheres assassinadas em todo mundo vtima do marido ou namorado, atual ou ex. Em alguns pases, at 69% das mulheres relatam terem sido agredidas fisicamente e 47% declaram que sua primeira relao sexual foi forada. Em Pernambuco, somente neste ano, 223 mulheres foram assassinadas. Os autores da violncia contra homens so os homens e os autores da violncia contra mulheres so os homens. Nosso objetivo demonstrar que ser homem no ser violento por natureza. Os homens aprendem essa postura, explicou Medrado. Para ele, essa violncia associada postura machista construda pelos costumes. Culturalmente, h um afastamento dos homens do cuidar dos outros. Quando algum nasce ou adoece em uma famlia, a mulher que vai cuidar, nunca o homem. Queremos mostrar que o homem pode assumir um outro lugar nessa questo e pode dizer no ao machismo, exemplificou. Para a mudana de pensamento, na opinio Medrado, vrias frentes precisam ser trabalhadas. A Lei Maria da Penha que no permite penas alternativas para agressores de mulheres tem um papel fundamental. A educao uma das frentes, mas no a nica. Outra forma a adoo de medidas mais duras, punitivas da violncia contra mulher, diz Medrado. Nesse caso, consideramos a Lei Maria da Penha uma conquista. Procuramos demonstrar para os outros homens que a lei no contra o homem ela contra a violncia contra a mulher, acrescentou. Medrado destaca que a lei deve ser instrumento para mudar a realidade de violncia domstica. "Precisamos trabalhar na perspectiva das instituies e a Lei Maria da Penha uma instituio importante para que possamos mudar a realidade da violncia domstica, que acontece no ambiente familiar, entre pessoas que possuem uma relao afetiva. A Lei Maria da Penha um ponto importante para mudarmos o pensamento de que em briga de marido e mulher no se mete a colher, ponderou. Para Medrado, o impacto da Lei Maria da Penha no pode ser traduzido somente pelo nmero de pessoas presas. O impacto dessa lei simblico e talvez ela s cause efeito na sociedade nas prximas geraes, analisou. Nossos filhos e netos nascero em um pas no qual a violncia contra mulher um crime especfico. Agncia Brasil