97 mil aguardam atendimento do INSS no Ceará
Para o presidente da CUT Ceará, fila do INSS é absurda e desrespeitosa com os trabalhadores
Publicado: 15 Janeiro, 2020 - 12h51
Escrito por: Redação CUT
Reportagem publicada pelo jornal Diário do Nordeste, nesta quarta-feira (15/1), denuncia que pelo menos 97 mil pessoas aguardam na fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Ceará. O número apresentado corresponde apenas à Gerência de Fortaleza, que engloba 35 agências da capital e do interior. Em todo o país, cerca de 2 milhões de pedidos, entre aposentadorias e pensões, aguardam análise do órgão.
Segundo o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, o problema apresentado pela reportagem do jornal Diário do Nordeste decorre de uma política de desmonte da Previdência, iniciada com a chegada de Michel Temer ao poder, após o golpe de 2016. “Nos governos de Lula e Dilma a aposentadoria chegou a ser concedida em até 30 minutos, fruto dos investimentos na qualidade dos serviços prestados aos trabalhadores. Após o golpe, extinguiram os ministérios do trabalho e da previdência, elegeram Bolsonaro e aprovaram a reforma da Previdência. Esse desmonte levou a redução do número de agências, de funcionários do INSS e, consequentemente, aumentou o tempo de espera na fila pela aposentadoria. Se não bastasse a perversa reforma de Bolsonaro, que diminuiu os benefícios e aumentou a idade de aposentadoria, os trabalhadores ainda precisam passar por esse desrespeito absurdo.”
Em todo o Estado, existem três gerências: Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte. A quantidade de segurados foi repassada ao jornal cearense por uma fonte que tem acesso ao sistema do INSS e que não quis se identificar. Portanto, o número total de cearenses na fila de espera pode ser ainda maior.
Privatização da Dataprev
A situação pode se agravar ainda mais, já que o governo Bolsonaro anunciou o fechamento de 20 filiais da Dataprev, empresa pública que presta serviço de tecnologia da informação para o INSS, com a demissão de 493 funcionários, o que representa 15% do total de servidores. O governo já anunciou a intenção de promover a privatização da Dataprev, já incluída no Programa Nacional de Desestatização, o que colocaria em risco o sigilo dos dados de milhões de brasileiros.
Com informações da Rede Brasil Atual e do Diário do Nordeste