Centrais protestam contra a política de juros altos do Bacen nesta terça 21/3
Em Fortaleza (CE), movimento sindical, movimentos populares e bancários organizam ato do Dia Nacional de Luta em frente à sede do Banco Central, a partir das 9h30
Publicado: 20 Março, 2023 - 10h30 | Última modificação: 20 Março, 2023 - 10h36
Escrito por: Redação CUT
Nesta terça-feira, 21 de março, a CUT Ceará, as demais centrais sindicais (CTB, Intersindical, CSP Conlutas e o Coletivo Travessia), o Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) e as frentes Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular realizam ato contra a alta taxa de juros praticada no país. A mobilização acontece a partir das 9h30, em frente ao Banco Central em Fortaleza (Av. Heráclito Graça, 273 – Centro). Teremos ações ainda nas redes sociais.
O objetivo é intensificar as mobilizações pela redução da taxa de juros praticada pelo Banco Central do Brasil (Bacen) na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM). Os protestos vão acontecer em várias localidades do Brasil como parte do Dia Nacional de Luta por Juros Baixos e são organizados pelo Comando Nacional dos Bancários.
De acordo com o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, a taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 13,75% ao ano, paralisa a economia e impede o país de crescer e gerar emprego decente, distribuir renda, implementar políticas públicas e facilitar o acesso ao crédito. O dirigente afirma que a redução da taxa de juros é fundamental para melhorar a vida dos trabalhadores.
“Com a atual taxa de juros, o Brasil perde com a queda dos investimentos que aquecem e fortalecem a economia. Isso ocasiona um efeito cascata, começando com as empresas, que paralisam investimentos que dependem de financiamento, deixando de contratar, reduzindo a produção e até demitindo trabalhadores. Neste cenário, menos empregos são gerados, o crédito para os trabalhadores e pequenos negócios fica ainda mais caro. Ou seja, a conta desses juros altos sempre sobra pra classe trabalhadora, que sofre com os seus efeitos negativos”, destacou o presidente da CUT.
Juros baixos em outros países
A maioria das grandes economias não adota a política de juros altos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa básica de juros costuma não superar 2% ao ano. No bloco europeu, o Banco Central da região dificilmente, também, aumenta a taxa básica para muito além desse patamar. Além do mais, ao longo do governo Bolsonaro, a elevação da Selic, além de ter colaborado para a recessão e desemprego, não foi capaz de conter a inflação.
Com a taxa de juros Selic a 13,75%, para os mais ricos é mais lucrativo deixar o dinheiro aplicado no banco do que abrir um negócio. Já quem emprega e precisa de dinheiro para investir e diversificar seus negócios não consegue pagar empréstimos com essa taxa de juros.
Autonomia do Bacen em relação ao mercado financeiro
Segundo nota divulgada pelo Sindicato dos Bancário do Ceará, o Banco Central deve servir aos interesses do povo, à criação e manutenção de emprego. Mas, o que temos observado, é que o Banco Central não tem autonomia em relação ao mercado financeiro, quando pratica juros básicos tão altos. Defendemos um Bacen com autonomia e que colabore para o desenvolvimento do país.
Fora Campos Neto
Os atos desta terça-feira também pedem a saída de Campos Neto, aliado de Bolsonaro, da presidência do BC, entendendo que ele está jogando o país na recessão com uma política econômica que saiu derrotada das urnas nas últimas eleições.
Serviço:
Data: 21 de Março
Horário: 09h30
Local: Banco Central do Brasil (Bacen)
Av. Heráclito Graça, 273 - Centro, Fortaleza (CE)
Com informações do SEEB/CE e da CUT Brasil