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Cesta básica em Fortaleza sobe 8,24% em 2021 e é a mais cara do Nordeste

Para o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, os dados do Dieese confirmam o que a classe trabalhadora sentiu no bolso: a perda do poder de compra dos salários

Publicado: 10 Janeiro, 2022 - 09h49 | Última modificação: 10 Janeiro, 2022 - 14h53

Escrito por: Samira de Castro | Editado por: Samira de Castro

Foto: Freepik
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O trabalhador cearense teve que trabalhar 115 horas e 49 minutos para comprar uma cesta básica

A Capital cearense fechou 2021 com a cesta básica mais cara entre as cidades do Nordeste, conforme mostra pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com um custo de R$ 579,06 em dezembro último, a cesta de alimentos essenciais em Fortaleza teve valor acima de Recife (R$ 532,37), Natal (R$529,54), Salvador (R$ 518,1), João Pessoa (R$ 510,82) e Aracaju (R$ 478,05).

A cesta básica em Fortaleza foi, ainda, a 11ª mais cara entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese em dezembro passado.  Na comparação com dezembro de 2020, o custo dos produtos essenciais na Capital cearense subiu 8,24%. Em relação ao mês de novembro de 2021, o valor caiu apenas 0,22%.

Conforme o levantamento do Dieese, o trabalhador e a trabalhadora cearense tiveram que trabalhar 115 horas e 49 minutos para comprar uma cesta de alimentos essenciais. Além disso, a cesta básica consumiu 56,91% do salário mínimo líquido do trabalhador e da trabalhadora (descontado o percentual de recolhimento para a Previdência).

Para o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, os dados do Dieese confirmam o que a classe trabalhadora sentiu no bolso: a perda do poder de compra dos salários. “A economia seguiu em baixa, com poucos empregos gerados, crescimento da informalidade e alto desemprego, o que freou o consumo”, lembra.

Aumento em todas as capitais

Em 2021, o valor da cesta básica aumentou nas 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As altas mais expressivas, quando se compara dezembro de 2020 com o mesmo mês de 2021, foram registradas em Curitiba (16,30%), Natal (15,42%), Recife (13,42%), Florianópolis (12,02%) e Campo Grande (11,26%). As menores taxas acumuladas foram as de Brasília (5,03%), Aracaju (5,49%) e Goiânia (5,93%).

Em dezembro de 2021, o maior custo do conjunto de bens alimentícios básicos foi o de São Paulo (R$ 690,51), depois o de Florianópolis (R$ 689,56) e, em seguida, o de Porto Alegre (R$ 682,90). Entre as cidades do Norte e Nordeste, localidades onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 478,05), João Pessoa (R$ 510,82) e Salvador (R$ 518,21).