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Coletivo de Mulheres da CUT realiza reunião ampliada em Fortaleza

Mulheres trabalhadoras de sindicatos e federações CUTistas reuniram-se, nesta quarta-feira (14/11), na sede da Central estadual, para discutir questões relativas à perda de direitos

Publicado: 14 Novembro, 2018 - 18h16 | Última modificação: 14 Novembro, 2018 - 19h46

Escrito por: CUT-CE/Assessoria de Comunicação

Thainá Duete/CUT-CEThainá Duete/CUT-CE

 

A retirada de direitos da mulher trabalhadora foi tema de uma reunião ampliada realizada na manhã desta quarta-feira (14/11), no auditório da sede da CUT-CE, em Fortaleza. Organizadas em semicírculo, elas representaram federações e sindicatos CUTistas, do campo e da cidade, além de movimentos populares. A convite do Coletivo de Mulheres da CUT, que organizou a atividade, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) realizou uma análise de conjuntura, que contou com a presença, ainda, de Graça Costa, secretária das Relações de Trabalho da CUT Brasil.

 

“Nós precisamos entender nosso papel na sociedade e na atual conjuntura”, disse a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-CE, Ozaneide de Paulo, que iniciou os trabalhos da reunião ampliada, chamando a atenção das mulheres para o objetivo do encontro.  Ela também se referiu à organização da esquerda e atentou para a necessidade da união entre centrais, federações, sindicatos e movimentos sociais: “Nossa realidade não nos permite aceitar que as divergências sejam mais imponentes do que a unidade”.

 

A análise de conjuntura foi feita pela agricultora familiar Antônia Ivoneide Melo, a "Neném”, da direção nacional do MST. Essa ação é determinada a partir do exercício de autocrítica somada às responsabilidades sociais que são defendidas. Conversar sobre os erros e acertos encaminha para as próximas movimentações e responsabilidades, além de compartilhar estratégia positivas para sobrevivermos às medidas do atual e do próximo governo. E foi assim que a reunião sustentou as duas horas e meia de discussões.

 

Em se tratando das reformas e primeiras decisões do próximo presidente, Neném afirmou estarmos “todas no olho do furacão”. Ainda segundo a dirigente, as mulheres são o alvo principal das perdas de direitos. Por isso, nada mais justo que a voz fosse concedida a todas as participantes da atividade. Aplicando a democracia na prática, Neném sugeriu que todas as mulheres presentes pudessem falar antes de ela mesma fazer as próprias considerações e encaminhamentos.


Neném lembrou que não se pode subestimar a direita no Brasil, muito menos a força de organização da esquerda. “Agora, como disse Rosa Luxemburgo, não podemos nos render ao desespero, agora é hora de ter coragem e cabeça fria para agir”. Para ela, o fortalecimento do movimento sindical é necessário, uma vez que são instâncias que representam os trabalhadores. “Devemos continuar a resistência contra a perda dos direitos trabalhistas e não permitir que sejamos submetidos às medidas autoritárias”.

 

A secretária das Relações de Trabalho da CUT Brasil, Graça Costa, enfatizou que este é o momento de reinventar as estratégias. “Com a proposta de campanha da carteira de trabalho verde e amarela, o desempregado ficará refém do patrão porque ele vai abrir mão dos direitos trabalhistas para ter emprego”, disse.

 

A organização do Coletivo de Mulheres propôs novos encontros e participação no Congresso Estadual da CUT, previsto para o próximo ano. As participantes definiram, ainda, realizar ações conjuntas para o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), e o Dia Internacional da Mulher (8 de março), a serem definidas.

 

Jully Santana/CUT-CEJully Santana/CUT-CE