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CUT Ceará instala o primeiro Coletivo Estadual LGBTQIA+

O coletivo foi instalado na manhã desta quarta-feira (03/05), no auditório da Central, em Fortaleza. O grupo será composto por pelo menos dois representantes de cada ramo

Publicado: 03 Maio, 2023 - 14h37 | Última modificação: 03 Maio, 2023 - 21h51

Escrito por: Renan Matos | Editado por: Tarcísio Aquino

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Com o tema “os impactos da violência e do desemprego na vida da comunidade LGBTQUIA+ e políticas públicas de qualidade”, a Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE), através da secretaria de políticas sociais e direitos humanos, realizou nesta quarta-feira (03/05) o lançamento do Coletivo Estadual LGBTQIA+, em formato híbrido, no auditório da Central, em Fortaleza. A atividade contou com a participação de representantes de todos os ramos CUTistas, que debateram, ainda, sobre a promoção e a formação de lideranças para o fortalecimento do Plano Nacional do Coletivo LGBTQIA+ da CUT.

Conduzida pelo secretário de políticas sociais da CUT Ceará, Roberto Luque, a mesa de abertura do encontro foi formada pela secretária da cidadania e diversidade do estado do Ceará, Mitchelle Meira; pela secretária de relações do trabalho da CUT-CE, Ana Cláudia; pela secretária de jovens da Fetraece, Milena Camelo; pelo secretário LGBTQIAP+da Fetamce, Rafael Fernandes; pelo dirigente da Fetamce e presidente do Conselho Estadual de Saúde do Ceará (Cesau), Júnior Araújo; pelo coordenador do Coletivo Nacional LGBTQUIA+ , Walmir Siqueira, e pela secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos, Jandyra Uheara, ambos representando a CUT Brasil.

De acordo com o secretário Roberto Luque, a criação do coletivo faz parte do compromisso firmado entre todas as CUTs estaduais durante o Encontro do Coletivo Nacional LGBTQIA+ da CUT, realizado em São Paulo, de 1º a 3 de abril, para a organização de coletivos regionais, estaduais e formação de lideranças para atender a luta pelas demandas da população LGTQIA+ no mundo do trabalho.

“A criação do coletivo tem por objetivo contribuir para a formação de lideranças sindicais CUTistas que atuarão na organização, mobilização e na luta de trabalhadores e trabalhadoras nos vários ramos estaduais”, reforçou o dirigente.

Renan MatosRenan Matos

A secretária de políticas sociais e direitos humanos da CUT Brasil, Jandyra Uheara, participou do encontro por uma plataforma virtual e afirmou que assim como no Ceará, "os ramos e a estaduais da CUT estão retomando o processo de organização de seus coletivos regionais e formar lideranças para fortalecer o Plano Nacional do Coletivo LGBTQIA+.

Jandyra explicou ainda que “a ideia é criar e aprimorar a participação dessas pessoas à agenda sindical e que isso promova avanços e conquistas nos processos de negociação coletiva implementados pelos sindicatos e confederações da CUT.”

Ao complementar a fala da dirigente da CUT, Júnior Araújo destacou que “a ideia é criar e aprimorar a participação da população LGBTQIA+ na agenda sindical, promovendo avanços e conquistas de direitos e o acesso ao mercado de trabalho”.

Para a secretária de relações do Trabalho da CUT-CE, Claudinha Silva, “o coletivo tem como propósito tornar a luta da classe LGBTQIA+ visível neste momento de tamanha violência, além de incorporar a pauta no movimento sindical, e reforçar a luta contra as barreias do preconceito, que afetam tanto a sua inclusão do mercado de trabalho, quanto no acesso a documentos e reivindicação de direitos que deveriam ser assistidos plenamente para toda a população.”

Valéria Mendonça, diretora de diversidade do Sindicato Mova-se, comemorou a criação do coletivo. “Hoje foi um dia histórico para a CUT Ceará. No ano em que completa 40 anos de existência, conseguimos cumprir o compromisso que foi firmado durante o Encontro do Coletivo Nacional LGBTQIA+, e criamos o primeiro Coletivo LGBTQIA+ da CUT no Ceará”, disse a dirigente do Mova-se.

Pesquisa mapeia população LGBTQIA+ no Ceará

A secretária de cidadania e diversidade do Ceará, Mitchelle Meira, relembrou o pioneirismo do Governo do Ceará na criação de uma secretaria de estado, com recursos próprios, para atuar na promoção e execução de programas, projetos e atividades visando à efetiva atuação em favor do respeito à dignidade da pessoa humana da população LGBTQIA+.

Ao apresentar dados da primeira Pesquisa Estadual de Mapeamento da População LGBTQIA+, realizada nos 184 municípios cearenses no ano passado, ela também afirmou que a nova secretaria também atua na coordenação de políticas públicas de empregabilidade para a população LGBTQIA+, em especial para a população trans. Isso porque de acordo com o levantamento, cerca de 38,4% das pessoas entrevistadas não estava trabalhando, e que quase 3% havia desistido de procurar emprego.

Divulgação/Governo do CearáDivulgação/Governo do Ceará

Inclusão da comunidade LGBTQIA+ no movimento sindical

A secretária também parabenizou a CUT pela iniciativa e falou sobre a importância de ampliar os espaços de debate e luta no espaço sindical, não somente em prol da inclusão da comunidade LGBTQIA+, tendo em vista que ainda é um universo predominantemente composto por homens, mas também pela redução dos índices de violência, onde o Ceará ocupa as primeiras posições no ranking de estados que mais matam pessoas LGBTQIA+ no país.

Composição do coletivo

O coletivo será composto por dois representantes indicados por cada um dos 14 ramos da CUT Ceará, totalizando 28 nomes. Alguns já foram informados durante o encontro, no entanto, os ramos que não definiram seus nomes terão até o dia 20 de maio para enviar essa informação para a secretaria geral da Central.

Encontro nacional

Ao final da atividade, Valéria Mendonça foi escolhida como representante do coletivo para participar do Encontro Nacional LGBTQIA+ da CUT, que vai ocorrer em São Paulo nos dias 6 e 7 de maio. Em sua estrutura nacional, a CUT já possui o coletivo em oito estados, e agora o Ceará entra como o nono estado a possuir essa representação.