CUT Ceará reúne servidores contra reforma administrativa em plenária
Mobilização da CUT Ceará busca construir unidade das categorias municipais, estaduais e federais para barrar proposta que retira direitos
Publicado: 26 Setembro, 2025 - 08h55
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Tarcísio Aquino

Na tarde desta quinta-feira (25/9), a sede da CUT Ceará sediou uma plenária sindical e popular que reuniu servidores públicos das três esferas de governo e movimentos sociais. O objetivo do encontro foi discutir ações conjuntas em defesa dos servidores e do serviço público diante da proposta de reforma administrativa que tramita na Câmara dos Deputados.
Proposta em debate e riscos para o serviço público
A nova versão da reforma administrativa recupera diversos pontos da PEC 32, como avaliação de desempenho com metas, ampliação de vínculos temporários, mudanças na estabilidade, critérios rígidos para ingresso e possível unificação de remuneração. Segundo entidades sindicais, essas mudanças elevam o risco de precarização dos serviços públicos, de enfraquecimento de direitos e de pior atendimento para a população.
Defesas e falas das lideranças
Para o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, a plenária foi um passo importante na construção de estratégias conjuntas. “Este encontro é fundamental para organizar a luta coletiva. Precisamos unir as categorias antes que a proposta avance sem debate com a sociedade”, afirmou.
A presidenta da Confetam/CUT, Jucélia Vargas, destacou que os municípios podem ser os mais atingidos. “Muitas carreiras municipais correm risco de perder direitos, com rebaixamento salarial e precarização dos serviços mais próximos da população”, disse.
Secretária de Organização e Política Sindical da CUT Brasil, Graça Costa ressaltou o papel da central. “A CUT vai seguir mobilizando nacionalmente e fortalecendo a informação junto às bases. A defesa do serviço público está diretamente ligada à defesa da democracia”, declarou.
A presidenta do Sindiute e representante da CNTE, Ana Cristina, chamou atenção para a conjuntura política. “Temos pautas que beneficiam a população, como a isenção do Imposto de Renda até cinco mil reais, condicionadas à votação de reformas que retiram direitos. É uma barganha que prejudica os trabalhadores”, afirmou.
Para Enedina Soares, presidenta da Fetamce, a união entre servidores é decisiva. “Se ficarmos dispersos, seremos derrotados pela lógica de cortes e privatizações. A unidade é o que garante resistência”, disse.
O coordenador-geral do Sintsef, Roberto Luque, reforçou a necessidade de pressão sobre o Legislativo. “A estabilidade, a progressão e o acesso a concursos estão em risco. Só a mobilização forte pode barrar esses retrocessos”, afirmou.
Organização da resistência
Os presentes definiram que as ações incluirão atos públicos, audiências públicas, visitas a parlamentares, mobilização nas bases e aeroportos e campanhas de esclarecimento, além da criação de um Grupo de Trabalho Permanente para liderar essas agendas. Eles reforçam que o que está em disputa não são apenas interesses de funcionários públicos, mas também o direito da população a serviços públicos de qualidade.