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Denúncias derrubam Casseb da presidência do BB

A saída de Casseb foi comemorada pelo movimento sindical bancário. Além da gravidade das denúncias, os sindicalistas consideraram a administração de Casseb ruim, principalmente pela posição de enfrentamento que o banco adotou contra os funcionários nesta

Publicado: 17 Novembro, 2004 - 12h22

Escrito por: CUT CE

O presidente do Banco do Brasil, Cssio Casseb Lima, 49, acaba de deixar o governo. A gota dgua para a sada foi a notcia, publicada hoje pela Folha de S. Paulo, com denncias sobre a contratao de consultores sem licitao no final do ano passado. O substituto interino de Casseb ser o vice-presidente de negcios internacionais e atacado, Rossano Maranho Pinto. Casseb estava no cargo desde 29 de janeiro do ano passado. A sada de Casseb foi comemorada pelo movimento sindical bancrio. Alm da gravidade das denncias, os sindicalistas consideraram a administrao de Casseb ruim, principalmente pela posio de enfrentamento que o banco adotou contra os funcionrios nesta greve. A imagem que a administrao de Casseb deixa para os bancrios muito ruim. Ele no soube solucionar o conflito com os trabalhadores nesta greve e o clima nas agncias continua muito ruim, com as metas e as constantes presses sobre os funcionrios, comentou Deli Soares, diretor da CNB/CUT e funcionrio do BB. Segundo apurou a Folha de S. Paulo, no final do ano passado o BB contratou, sem licitao, os consultores Boanerges Ramos Freire, James Rubio e Joaquim Xavier da Silveira por salrios de at R$ 820 mil, por ano, para cada um. A remunerao mnima foi estabelecida em R$ 540 mil. Os consultores foram contratados para a implantao do Banco Popular do Brasil, brao do BB criado no ano passado para operar com microcrdito. A remunerao de cada um dos trs foi definida da seguinte forma: R$ 35 mil fixos mensais, mais um bnus anual de acordo com o cumprimento de metas previamente estabelecidas. Se atingidas todas as metas, o prmio de R$ 400 mil. Mesmo que no cumpram as metas, recebem pelo menos R$ 120 mil. Os R$ 35 mil mensais do remunerao anual de R$ 420 mil, o que somado ao bnus mximo eleva o salrio para R$ 820 mil por ano. Mesmo que os objetivos no sejam alcanados, cada um embolsa, no mnimo, R$ 540 mil. Deli Soares destaca que o caso grave e que, apesar do pedido de demisso, a denncia precisa ser apurada at o final. Os trs executivos contratados trabalharam anos com Casseb, tanto na Credicard como no Citibank. O Banco do Brasil possui um excelente quadro funcional e no precisava contratar ningum de fora para executar o servio. A Folha apurou que o Casseb se empenhou pessoalmente para a contratao dos trs. O que precisa ser apurado agora se ele ou os executivos contratados se beneficiaram de forma ilcita, afirmou Deli. O sindicalista ressaltou que o Banco Popular do Brasil, rea para a qual os executivos foram contratados, muito controverso e nunca foi visto com bons olhos pelo movimento sindical. O Banco Popular sempre foi polmico, pois os servios so terceirizados. um banco quase sem bancrios e a terceirizao, como sempre, permite que ocorram negociaes no mnimo duvidosas, como foram estas contrataes de Casseb, comentou. Deli lembrou que no ltimo Congresso dos Funcionrios do Banco do Brasil, em junho passado, os bancrios aprovaram uma moo contra a existncia do Banco Popular nos moldes atuais. Esse tipo de contratao, mesmo que tenha sido totalmente regular, desnecessria, pois os funcionrios do BB so suficientemente capacitados para executar estas tarefas. Novo presidente Rossano Maranho Pinto, nomeado interinamente para a presidncia do Banco do Brasil, funcionrio de carreira. Comeou no BB em 1976 e foi um dos dois vice-presidentes que permaneceu na instituio aps o presidente Lula assumir o governo. Hoje, Rossano trabalha na rea responsvel pelas captaes no mercado internacional. Deli Soares destacou que independente de quem seja o novo presidente do BB o perfil que os funcionrios esperam do comandante do maior banco do pas bem diferente do de Casseb. Ns queremos algum que dirija o Banco do Brasil com os olhos voltados para o crescimento do pas. No queremos algum como Casseb que manteve o BB na mesma linha dos bancos privados, ou seja, voltado para operaes de tesouraria e um verdadeiro supermercado de vendas de produtos. O Banco do Brasil um banco pblico e deve ser focado para o desenvolvimento do pas, disse. Para Deli, o governo deve nomear algum com um perfil tico compatvel com as expectativas da populao brasileira. Casseb, alm das contrataes dos consultores, deixou outras controversas, como no episdio em que remeteu recursos para o exterior por meio do MTB Bank - denncias levantadas no decorrer das investigaes da CPI do Banestado e mal explicadas pelo ento presidente do BB. Fonte: Fbio Jammal Makhoul CNB/CUT