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Entregadores de Fortaleza organizam mais um “Breque dos Apps” neste sábado (25)

A manifestação terá concentração na Praça das Flores e percorrerá as principais avenidas da Capital

Publicado: 24 Julho, 2020 - 16h57 | Última modificação: 24 Julho, 2020 - 17h13

Escrito por: Redação CUT

Letícia Alves
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Em Fortaleza, entregadores de aplicativos participam da 2ª paralisação nacional da categoria marcada para este sábado (25/7). A atividade terá concentração na Praça da Flores, no Bairro Dionísio Torres, a partir das 9h. Eles vão percorrer as principais avenidas da capital cearense para dar visibilidade ao movimento que tem entre as reivindicações reajuste de preços por quilômetro rodado, fim dos bloqueios indevidos, entrega de equipamentos de proteção individual durante a pandemia e apoio contra acidentes.

O presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, reforça a importância da organização dos trabalhadores em aplicativos e convoca todas as entidades filiadas da CUT para apoiar a greve dos entregadores.

“Temos o compromisso com a defesa dos direitos de todos os trabalhadores e trabalhadoras, sejam eles com carteira assinada, microempreendedores individuais, autônomos, motoristas de uber, motoboys ou entregadores por aplicativo. Portanto, a categoria tem todo o nosso apoio e solidariedade em mais este dia de luta contra a precarização das relações de trabalho impostas pela uberização. Essa luta é de todos nós”, afirmou Wil Pereira

De acordo com o motoboy Edvan Souza, o “Breque dos Apps” deste sábado tem como objetivo pressionar as empresas de entrega que, apesar da grande repercussão dos atos ocorridos em 1º de julho, continuam sem atender as demandas da categoria.

“As empresas não nos deram uma resposta satisfatória ou positiva. A exploração continua. Não mudou nada. O valor mínimo por km continua custando apenas R$ 0,99. A nossa voz precisa ser ouvida, somos força de trabalho e merecemos sermos vistos com seriedade. Por isso voltaremos às ruas neste sábado e quantas vezes forem necessárias para garantirmos o respeito que merecemos”, reforçou Edvan, que faz entregas diariamente, chegando a trabalhar entre 11 e 15 horas sem intervalos e sem nenhuma estrutura ofertada pelos aplicativos.

Arquivo particularArquivo particular

Informalidade

Os entregadores por aplicativos são trabalhadores informais que trabalham por contra própria, sem direitos ou garantias trabalhistas e sociais. Eles se somam as estatísticas que deixam o Ceará na quinta posição entre as maiores taxas de informalidade do Brasil e na terceira do Nordeste. A taxa de trabalhadores sem carteira assinada no Estado chegou a 53,8%, no primeiro trimestre de 2020, segundo dados da Pesquisa Nacional por Mostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em maio.

“No Estado do Ceará, 53% das pessoas vivem na informalidade, incluindo a nossa categoria. A Informalidade atinge 41% dos brasileiros, maior taxa em quatro anos. Apesar da melhora dos empregos formais, trabalhos por conta própria e sem carteira batem recordes. Nós queremos mudar essa realidade”, finaliza o motoboy.