Fortaleza lidera alta da cesta básica no país em junho
Para o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, colocar comida na mesa da família é tarefa cada vez mais difícil para o trabalhador e a trabalhadora.
Publicado: 06 Julho, 2022 - 15h22 | Última modificação: 07 Julho, 2022 - 10h05
Escrito por: Comunicação CUT-CE | Editado por: Samira de Castro
Em junho, o custo da cesta básica na Capital cearense aumentou 4,45%, somando R$ 657,00. Foi o maior incremento mensal de preços nos itens da alimentação essencial entre as 17 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O trabalhador cearense comprometeu nada menos do que 58,60% do salário mínimo para adquirir itens essenciais. E levou o equivalente a 119 horas e 16 minutos trabalhando para consumir o mínimo de produtos essenciais. No acumulado do ano, a cesta básica de Fortaleza teve alta de 13,46%.
Tomate, leite e feijão apresentaram as principais elevações de preços em Fortaleza, no mês de junho. Para comprar 12kg de tomate, o fortalezense, que em maio gastava R$ 90,12, passou a pagar R$ 109,08 (variação de 21,04%). Já o leite (6 litros) passou de R$ 31,92 para R$ 35,16, alta de 10,15%. O feijão (4,5kg) ficou R$ 3,65 mais caro (+9,26%).
Também apresentaram alta nos preços em junho a banana (2,26%); pão (1,90%); manteiga (1,90%); açúcar (1,83%); arroz (1,15%) e café (0,67%). Em contrapartida, ficaram mais baratas a farinha (-3,41%); a carne (-0,56%) e o óleo (-0,35%).
Para o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, colocar comida na mesa da família é tarefa cada vez mais difícil para o trabalhador e a trabalhadora.
"O país está à deriva, sem políticas de geração de emprego e renda, com elevado nível de insegurança alimentar porque os salários não acompanham os aumentos de preços dos produtos", frisa Pereira.
Alta generalizada no ano
Segundo o Dieese, o valor do conjunto dos alimentos básicos, em junho, aumentou em nove das 17 capitais onde é realizada mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre maio e junho, as maiores altas ocorreram no Nordeste, nas cidades de Fortaleza (4,54%), Natal (4,33%) e João Pessoa (3,36%). Oito cidades apresentaram reduções, sendo que as mais expressivas foram registradas no Sul: Porto Alegre (-1,90%), Curitiba (-1,74%) e Florianópolis (-1,51%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 777,01), seguida por Florianópolis (R$ 760,41), Porto Alegre (R$ 754,19) e Rio de Janeiro (R$ 733,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 549,91), Salvador (R$ 580,82) e João Pessoa (R$ 586,73).
A comparação do valor da cesta entre junho de 2022 e junho de 2021 mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, em Recife.
No ano de 2022, o custo da cesta básica apresentou alta em todas as cidades, com destaque para as variações de Natal (15,53%), Aracaju (15,03%), Recife (15,02%) e João Pessoa (14,86%).
Salário mínimo necessário
Em junho de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, que equivalem a um adulto) deveria equivaler a R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. O cálculo do Dieese leva em conta a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.