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Fortaleza: trabalhador usou 54,17% do salário para comprar cesta básica, diz Dieese

Para o presidente da CUT Ceará, o valor é resultado do arrocho salarial praticado pelo governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL)

Publicado: 08 Fevereiro, 2022 - 09h29

Escrito por: Redação CUT

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Em janeiro de 2022, o valor da cesta básica subiu em 16 das 17 capitais pesquisadas mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) divulgada nesta segunda-feira (7/2).

São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou a cesta básica mais cara (R$ 713,86), seguida por Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00).

As maiores altas mais expressivas ocorreram em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).

Em janeiro de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 112 horas e 20 minutos. Em dezembro de 2021, a jornada necessária foi calculada em 119 horas e 53 minutos e, em janeiro do mesmo ano, a média foi de 111 horas e 46 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador fortalezense remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2022, mais da metade (54,17%) do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, mesmo com o reajuste de 10,18% dado ao salário mínimo.

Arrocho salarial

De acordo com o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, o comprometimento cada vez maior da renda do trabalhador é resultado do arrocho salarial que vem sendo praticado pelo Governo Federal desde que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) assumiu e acabou com a política de valorização do salário mínimo, construída e implementada nos governos de Lula e Dilma Rousseff, do PT.

Maiores altas em 12 meses

A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre os preços de janeiro de 2022 e os de janeiro de 2021, mostrou que as maiores altas acumuladas ocorreram em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%). As menores variações acumuladas foram registradas em Florianópolis (6,79%) e Belo Horizonte (6,85%).

Entre os itens que ficaram mais caros em janeiro e mais pesaram o valor da cesta básica, destaque para café em pó, açúcar, óleo de soja, batata e tomate.

Salário mínimo ideal

Segundo o levantamento do Dieese, o salário mínimo ideal deveria ter sido de R$ 5.997,14. O valor corresponde a 4,95 vezes o piso nacional vigente, que passou para R$ 1.212 em 2022, o que representou para o trabalhador mais um ano sem ganho real.

O cálculo do Dieese estima o valor do salário mínimo necessário com base na cesta mais cara e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o piso deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

O valor de R$ 5.997,14 leva em conta o preço da cesta básica mais cara do país, que em janeiro foi a de São Paulo, ao custo de R$ 713,86.

Em dezembro, quando o piso nacional do salário mínimo ainda estava em R$ 1.100, o Dieese calculou que o mínimo ideal deveria ter sido de R$ 5.800,98.

Entre os itens que ficaram mais caros em janeiro e mais pesaram o valor da cesta básica, destaque para café em pó, açúcar, óleo de soja, batata e tomate.

Com informações do Dieese