Escrito por: Tarcísio Aquino/CUT-CE

Fortaleza: trabalhadores celebram o 1º de Maio no Pirambu

“Estivemos juntos neste 1º de Maio para defender todas as pautas que são urgentes para o povo brasileiro”, afirmou Wil Pereira, presidente da CUT Ceará

Tiago Moura/Pulso Imagens

Milhares de pessoas foram às ruas do Pirambu, em Fortaleza, na manhã deste domingo (1º), protestar em defesa dos direitos da classe trabalhadora, contra o desemprego, a fome, a carestia e a queda da renda do trabalhador. A concentração da atividade que foi convocada pela CUT Ceará, Frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, pelo Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas e demais centrais sindicais foi na Areninha do Pirambu, na avenida Leste-Oeste.

Durante a marcha a avaliação das principais lideranças e participantes foi unânime: que o governo de Jair Bolsonaro (PL) é responsável pela crise econômica que têm penalizado cada vez mais os trabalhadores e trabalhadoras, em especial os mais pobres.

“A conjuntura exige a pressão popular por soluções estruturais para enfrentar a fome, o desemprego e a carestia, que a cada dia ficam ainda mais graves por conta da incompetência do governo de Bolsonaro. Por isso, estivemos juntos neste 1º de Maio para defender todas essas pautas, que são urgentes para o povo brasileiro”, afirmou Wil Pereira, presidente da Central Única dos Trabalhadores do Ceará (CUT-CE), ao complementar que é preciso eleger um governo democrático e popular nas eleições gerais de outubro para abrir um novo diálogo com a classe trabalhadora.

Sem nada a comemorar pelo menos desde o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff e impôs aos trabalhadores uma agenda de retirada de direitos previdenciários (com a reforma Previdenciária de Bolsonaro, aprovada em 2019) e a trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), a data foi de reflexão sobre o mundo do trabalho e também de luta contra os ataques aos direitos.

“Queremos um governo que possa dialogar com os trabalhadores e revogar tudo aquilo que Temer e Bolsonaro implementaram de forma negativa. Pergunto onde estão os empregos que tanto o Paulo Guedes prometeu?”, questionou Wil pereira, que em seguida, respondeu: “Nós não estamos vendo isso. Queremos a revogação da reforma trabalhista e queremos emprego mais do que urgente".

O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Ceará (SINTSEF), Roberto Luque, destacou a importância de se defender o serviço público e os direitos dos servidores públicos federais, duramente atacados pelo atual governo. “O momento atual de enfrentamento ao governo Bolsonaro com o consequente crescimento da carestia e do custo de vida, do desmonte dos serviços públicos e da privatização das estatais não pode desanimar aqueles que estão na luta. É preciso denunciar todos os dias que este governo é o governo da fome, da miséria, da fila do osso, e dos milicianos. Contra os desmandos desse desgoverno da fome e da miséria, do sucateamento do serviço público e da retirada de direitos, devemos ir às ruas”, frisou o dirigente.

Nascélia Silva, presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (SINDIFORT), concorda com ambos os pontos. “O 1º de Maio é uma data fundamental para a classe trabalhadora, sobretudo, no momento em que vivenciamos no país, onde a inflação está desenfreada, aumento no gás de cozinha e do combustível, encarecendo todos os produtos, sobretudo, a alimentação do trabalhador”, afirma. “Então, entendemos que esse é um ponta pé que estamos dando contra as reformas e os ataques do governo Bolsonaro a classe trabalhadora do Brasil”, finaliza.

“Hoje é um dia muito importante para a classe trabalhadora, estamos na rua reivindicando mais direitos, dizendo que não queremos Bolsonaro nunca mais. Esse momento é um momento importantíssimo, pois é um ano de eleição e nós precisamos unir forças para tirar esse genocida do poder”, destacou Claudinha Silva, secretária de relações do trabalho da CUT-CE.

Democracia

Neste 1° de Maio, a classe trabalhadora também levou às ruas o grito por democracia, duramente atacada pelo governo Bolsonaro como forma de cercear direitos dos trabalhadores, além de ser estratégia para se perpetuar no poder.

“Estamos em uma conjuntura muito difícil diante deste governo que cada vez mais retrocede os direitos e a democracia. Então, queremos mais uma vez convocar a todos e todas, para que ocupem as ruas e a transformem em um grande palco de luta em prol dos nossos direitos e para retomarmos a democracia e as conquistas do povo brasileiro”, frisou Joyce Ramos, dirigente do Movimento Consulta Popular.

Atrações culturais

Assim como nas edições anteriores do 1º de Maio, artistas convidados se apresentaram durante a marcha dos trabalhadores. A animação durante o cortejo que passou pelas principais ruas do Pirambu e finalizou na Avenida Doutor Theberge ficou por conta do influencer Léo Suricate, do cantor Assun e da Banda Bode Beat que é composta pelos artistas Nayra Costa e Daniel Groove.

Atos no interior

No sábado foram realizadas atividades em três municípios. No Vale do Jaguaribe, o ato regional partiu as 7 horas da manhã da Igreja Matriz de Tabuleiro do Norte. Já em Tianguá, na Serra da Ibiapaba, a celebração do 1º de Maio foi realizada durante a programação da Feira da Agricultura Familiar, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (STRAAF). Em Icó, a agenda foi durante a comemoração de 50 anos de fundação do STRAAF do município, na sede da entidade. Neste domingo, o 1º de Maio foi celebrado em Camocim, na Praça da Rodoviária e Ararendá, na sede do STRAAF do município.

Com informações da CUT Brasil