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Fortaleza: trabalhadores fazem manifestação em defesa dos juros baixos

As centrais sindicais realizaram nesta terça-feira, dia 30/7, um protesto contra os juros altos mantidos pelo Banco Central, em um dia nacional de luta em todo o país

Publicado: 30 Julho, 2024 - 13h05 | Última modificação: 30 Julho, 2024 - 13h26

Escrito por: SEEB/CE | Editado por: Tarcísio Aquino

Reprodução
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Contrair um empréstimo financeiro, fazer um financiamento de um veículo ou de um imóvel está muito caro atualmente no Brasil. A Selic determina a taxa de juros cobrada nas operações de empréstimos. Porém, em vez de as instituições financeiras se basearem na taxa Selic para a cobrança de juros, elas cobram além dela. Assim quanto maior a Selic, maior serão os juros cobrados. Hoje a taxa é de 10,50%, a segunda maior do mundo enquanto a inflação neste ano está em 2,48%. Nos últimos 12 meses fechou em 4,45%.

Os juros altos empobrecem e endividam as famílias e, também, prejudicam os empresários que querem expandir seus negócios e até mesmo abrir novas vagas de emprego.

Por essa e outras razões que as centrais sindicais realizaram nesta terça-feira, dia 30/7, um protesto contra os juros altos mantidos pelo Banco Central, em um dia nacional de luta em todo o país. A data foi escolhida por ser o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa de juros do país a cada 45 dias.

Em Fortaleza, os manifestantes estiveram durante a manhã, em frente a sede do Banco Central, no centro da cidade, juntamente com trabalhadores de diversas categorias e centrais sindicais, além de estudantes e membros de vários movimentos sociais para cobrar a redução da taxa de juros para gerar mais empregos, mais investimentos no campo social, na educação, na saúde e com melhores condições de crédito para construirmos uma sociedade mais justa para todos.

A categoria bancária também se fez presente nessa luta. Os bancários têm histórico em ações para chamar a atenção da sociedade sobre a relação da Selic com o desempenho econômico do país. Desde o ano passado, voltamos a reforçar a pauta, juntando forças com outros movimentos sociais contra a política do Banco Central que insiste numa taxa de juros elevadíssima, que em nada contribui para o desenvolvimento e o crescimento econômico.

A bancária e presidente interina da CUT Ceará, Lúcia Silveira, criticou a política de juros do Bacen.

Todos os indicadores econômicos apresentam melhora desde o início do atual governo. A inflação está em queda, a economia tá crescendo, o nível de desemprego diminuindo e o de emprego aumentando. Portanto, não há justificativa para que Campo Neto continue mantendo a taxa de juros brasileira em um patamar tão elevado. Tá na hora dele entender que os trabalhadores escolheram em 2022 um projeto político que prevê crescimento econômico com distribuição de renda e isso passa pela redução da taxa selic. Nossa luta vai continuar
- Lúcia Silveira


Os indicadores econômicos do país têm apresentado expressiva melhora desde o início de 2023, entre eles a queda da inflação, crescimento econômico e nível de empregos. Não há justificativa para manter a taxa de juros em patamar tão elevado, dizem, de forma unânime, economistas ouvidos pela CUT e dirigentes sindicais.

O Banco Central está impondo uma taxa de juros que dificulta o crescimento econômico no país. A Selic alta, além de aumentar a dívida do governo com os títulos públicos, torna o crédito mais caro aos setores produtivos, que deixam de investir e, portanto, gerar empregos. A Selic elevada também induz ao aumento dos juros bancários, impactando no aumento da dívida das famílias.

No último encontro para definir a Selic, em junho, ao manter o índice em 10,5%, o Copom rompeu com o ciclo de cortes que vinha ocorrendo desde agosto de 2023, quando a taxa básica ficou em 13,75% durante um ano. Ciclo de cortes estes que só foi implementado após intensa pressão de movimentos sociais e críticas do setor produtivo e do presidente Lula. Agora, a indicação que vem sendo feita pela entidade monetária é a de que manterá a Selic em 10,5% até o final de 2024.

#JurosBaixosJá!