Fortaleza: Trabalhadores vão às ruas em defesa da educação e soberania nacional
Atos foram realizados no Benfica e na Câmara Municipal, na manhã desta quinta-feira (3/10)
Publicado: 03 Outubro, 2019 - 16h58 | Última modificação: 04 Outubro, 2019 - 10h28
Escrito por: Redação CUT
Estudantes, professores, trabalhadores em educação e servidores de estatais participaram de dois atos realizados na manhã desta quinta-feira (3/10). Entre as pautas das atividades convocadas pelas frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, Comitê em Defesa da Autonomia Universitária, CUT Ceará e Sindiute, em Fortaleza, estavam à defesa da educação pública, da soberania nacional, da autonomia universitária e da liberdade de cátedra.
Na Câmara Municipal de Fortaleza, mais de 300 professores e pais de alunos participaram de um protesto contra o projeto “escola sem partido”, a militarização das escolas e o ataque à liberdade de cátedra. Segundo Gardênia Baima, diretora da CUT Ceará e do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), essas propostas comprometem o pleno exercício da docência. “Por orientação da CNTE, estamos hoje nas ruas e nas casas legislativas de todo o país cobrando dos nossos vereadores e deputados que não permitam a aprovação de projetos que prejudiquem a nossa ação pedagógica. Aqui em Fortaleza, por exemplo, um projeto de lei propõe a restrição da liberdade de cátedra e a instalação de videomonitoramento nas salas de aula. Não vamos aceitar esse retrocesso!”, afirmou a dirigente.
Durante sua fala, o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, defendeu o combate a onda de ataques à educação e aos trabalhadores em educação que se generalizou por todo o país desde a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “É preciso garantir a liberdade de expressão dentro da sala de aula. Por isso, a CUT e as entidades que representam os trabalhadores em educação repudiam propostas absurdas como a lei da mordaça, e estão nas ruas dialogando com a sociedade sobre os prejuízos que essas idéias autoritárias podem causar ao ensino público e de qualidade.”
Autonomia universitária
Já no Benfica, corredor cultural e universitário de Fortaleza, os manifestantes se concentraram no cruzamento das Avenidas 13 de Maio com a Universidade, ao lado da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), antes de seguirem em caminhada pelas ruas do bairro em direção a Praça da Justiça Federal (Praça General Murilo Borges), no Centro. Segundo Keila Camelo, coordenadora geral do Sintufce (Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará), a marcha serviu para alertar a população sobre os ataques as instituições federais de ensino. Keila Camelo se refere aos contingenciamentos de verbas e ao Future-se, projeto do Governo Federal que pode afetar a autonomia acadêmica. “Nós fazemos parte da UFC, considerada uma das melhores universidades do mundo, segundo ranking recém divulgado. Educação não é mercadoria, por isso não está à venda”.
Privatizações
De acordo com Jorge Oliveira, presidente do Sindipetro Ceará/Piauí, as mobilizações também marcaram a luta em defesa das estatais incluídas no pacote de privatizações do Governo Federal, anunciado em agosto. Entre elas está a sétima maior produtora mundial de petróleo, a estatal brasileira Petrobras, que completa nesta quinta-feira 66 anos de atividades. “Há 24 anos quebraram o monopólio da Petrobras. Prometeram refino, dutos, plataformas, investimentos, pesquisa e baixa do preço dos combustíveis, nada disso aconteceu. E agora querem retalhar e vender aos poucos essa empresa que é patrimônio nacional. Não vamos permitir. Por isso, estamos aqui nas ruas em defesa das estatais brasileiras e da educação, junto aos estudantes e professores”, destacou Oliveira.
Cariri
Também pela manhã, trabalhadores, servidores públicos, estudantes e professores se reuniram em frente à Crede 19, em Juazeiro do Norte, na Região do Cariri, para defender a Petrobras e repudiar os ataques a autonomia universitária.