Inflação oficial em Fortaleza encerra o ano em 10,63% e fica acima da média nacional
O aumento de preços contribuiu para o crescimento da pobreza e seus efeitos devem perdurar em 2022, conforme avalia o presidente da CUT-CE, Wil Pereira
Publicado: 14 Janeiro, 2022 - 14h37 | Última modificação: 14 Janeiro, 2022 - 15h16
Escrito por: Samira de Castro | Editado por: Samira de Castro
A Capital cearense acumulou inflação de 10,63% em 2021, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Braseiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação oficial em Fortaleza foi a sétima maior entre as capitais pesquisadas e ficou acima da média nacional, que atingiu 10,06%.
Entre os itens que pesaram mais no bolso do fortalezense no ano passado estão: café moído (56,29%), óleo diesel (50,43%), gasolina (47,27%), açúcar refinado (44,85%), fubá de milho (40,67%), gás veicular (37,64%), cebola (36,13%), gás de botijão (35,15%), frango em pedaços (33,20%) e pneu (30,71%).
“Os dados do IBGE mostram que a inflação de Fortaleza, assim como a do país, está fora de controle”, resume o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira.
Para ele, o governo de Jair Bolsonaro (PL) não tem uma política econômica que leve em consideração a classe trabalhadora e a população mais vulnerável. "O aumento de preços contribuiu para o crescimento da pobreza, e seus efeitos devem perdurar em 2022", diz Pereira, citando análise do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
País registra maior inflação desde 2015
Com o IPCA de dois dígitos (10,06%) ao final do ano passado e longe do teto da meta do Governo (que era de 5,25%), o Brasil deve registrar a terceira maior inflação entre as principais economias do mundo, ficando atrás apenas da Argentina e da Turquia, segundo levantamento de consultorias estrangeiras.
“Para quem achava que era só tirar a Dilma do governo que tudo iria melhorar, todos os indicadores econômicos atuais confirmam que o golpe de 2016, na prática, foi contra a classe trabalhadora”, afirma Wil Pereira.
O dirigente argumenta que o desemprego e a inflação castigam principalmente os brasileiros mais pobres, que não têm emprego fixo e possuem renda abaixo da média no Brasil, que hoje é de R$ 2.449,00 praticamente o dobro do salário mínimo, que é de R$ 1.212,00 este ano.
Setores que puxaram a inflação em Fortaleza:
- Alimentação e bebidas: 9,47%
- Habitação: 13,55%
- Artigos de residência: 11,14%
- Vestuário: 13,68%
- Transportes: 20,11%
- Saúde e cuidados pessoais: 3,85%
- Despesas pessoais: 4,14%
- Educação: 7,74%
- Comunicação: 0,16%