Escrito por: Comunicação CUT-CE
Tanto no semestre quanto no acumulado de 12 meses, a inflação da Capital cearense foi superior à nacional
O ritmo da inflação oficial no país continua acelerado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho foi de 0,67%, ficando 0,20 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de maio (0,47%). Em Fortaleza, o indicador atingiu 0,61% em junho, representando leve recuo de 0,8 ponto percentual (p.p.) ante a taxa do mês anterior (1,41). Os dados foram divulgados nesse sexta-feira (8/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado do ano, o IPCA nacional foi de 5,49%, atingindo 11,89% na variação acumulada dos últimos 12 meses. Já em Fortaleza, a inflação oficial bateu 6,34% de janeiro a junho, ficando em 11,92% no acumulado de 12 meses. Ou seja, tanto no semestre quanto no acumulado de 12 meses, a inflação da Capital cearense foi superior à nacional.
A inflação de Fortaleza em junho foi puxada pela variação positiva do grupo Vestuário (1,96%), Saúde e cuidados pessoais (1,27%) e Alimentação e bebidas (0,94%). Para o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, os dados só confirmam que o fortalezense continua a pagar cada vez mais caro pelo custo de vida.
"Está tudo muito caro e a classe trabalhadora acabe sendo a mais penalizada pela situação social, econômica e política em que o país vive", avalia o dirigente sindical.
Regionalmente, todas as áreas tiveram variação positiva em junho. O maior resultado foi observado na região metropolitana de Salvador (1,24%), influenciado pela alta de 4,63% nos preços da gasolina. Já a menor variação ocorreu em Belém (0,26%), por conta da redução de 10,35% nos preços do açaí.
Nacionalmente, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram variação positiva em junho. A maior variação foi do grupo Vestuário, com alta de 1,67% e 0,07 p.p. de contribuição. Já o maior impacto (0,17 p.p.) veio de Alimentação e bebidas (0,80%).
Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (1,24%) e Transportes (0,57%), com impactos de 0,15 p.p. e 0,13 p.p., respectivamente. O grupo Habitação, que havia registrado queda de 1,70% em maio, passou para alta de 0,41% em junho, com impacto de 0,06 p.p. Os demais grupos ficaram entre o 0,09% de Educação e o 0,55% de Artigos de residência.
“O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços dos alimentos para consumo fora do domicílio (1,26%), com destaque para a refeição (0,95%) e o lanche (2,21%). Nos últimos meses, esses itens não acompanharam a alta de alimentos nos domicílios, como a cenoura e o tomate, e ficaram estáveis. Assim como outros serviços que tiveram a demanda reprimida na pandemia, há também uma retomada na busca pela refeição fora de casa. Isso é refletido nos preços”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
O pesquisador também destaca outro fator que influenciou o resultado do índice em junho: o aumento no plano de saúde (2,99%). “Em maio, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) autorizou o reajuste de até 15,50% nos planos individuais, com vigência a partir de maio e o ciclo se encerrando em abril de 2023. No IPCA, houve, em junho, a apropriação das frações mensais de maio e junho, o que impactou bastante esse resultado”, pontua. O plano de saúde foi o maior impacto individual no índice do mês (0,10 p.p.) e impulsionou a alta de 1,24% no grupo de saúde e cuidados pessoais.