Escrito por: CUT-CE/ONU Mulheres Brasil
A liderança indígena do estado do Mato Grosso do Sul foi barbaramente assassinada em novembro. CUT Nacional e ONU Mulheres Brasil também pedem celeridade e rigor na investigação do crime
A Central Única dos Trabalhadores no Ceará repudia, veementemente, o bárbaro assassinato da líder Kaiowá Marinalva Manoel, 28, no último dia 1º de novembro, em Dourados (MS). Nossa luta diária envolve, entre suas bandeiras, a promoção das mulheres trabalhadoras, na perspectiva das relações sociais de gênero, raça e classe. E entendemos que as conquistas podem ser alcançadas com organização e garra. Marinalva integrava a comunidade Nu Porã – conjunto de barracos de lona onde 28 famílias kaiowás residem naquela cidade – e era mãe de dois filhos. Lutava pela demarcação de terras indígenas. Fazemos coro à CUT Nacional e à ONU Mulheres Brasil, por mais celeridade e rigor na investigação desse assassinato brutal e covarde.
EXECUTIVA DA CUT-CE
NOTA PÚBLICA
O assassinato da liderança indígena Kaiowá Marinalva Manoel, de 28 anos, nos acomete de extremo pesar pela violência e pela truculência com que sua vida foi ceifada no último 1º de novembro, nas margens da BR-163, em Dourados (MS). Ela era uma das defensoras da demarcação da terra indígena Ñu Verá e integrante do Grande Conselho Guarani-Kaiowáda Aty Guassu. Frente ao perfil e as ameaças recebidas pela vítima, são evidentes os elementos de feminicídio, assassinato de mulher por razão de gênero.
A Kaiowá Marinalva Manoel era uma mulher jovem obstinada que ousou defender os direitos dos povos indígenas, inclusive o de garantia à terra, e de sua ancestralidade, como ocorreu em 15 de outubro passado, quando esteve em Brasília como parte de comitiva indígena reunida com representantes do Judiciário.
Solicitamos ao poder público rigor, celeridade e justiça na investigação do assassinato da jovem indígena Kaiowá. A familiares e aos povos indígenas do Brasil, manifestamos nossa solidariedade.
Nadine Gasman
Representante da ONU Mulheres Brasil
6.11.2014
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