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NOTA DE REPÚDIO E SOLIDARIEDADE

CUT-CE repudia ataque a acampamento 17 de Abril, no município cearense de Santana do Acaraú, na tarde desta quarta-feira (28/11) e reforça apoio à luta do MST pelo direito à terra

Publicado: 29 Novembro, 2018 - 14h03 | Última modificação: 29 Novembro, 2018 - 17h34

Escrito por: Direção Executiva da CUT-CE

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Famílias acampadas, inclusive em áreas já negociadas com o Governo do Ceará e Governo Federal, vêm sendo atacadas de uma ofensiva série de despejos e ameaças nos últimos meses. O alvo da vez, nesta quarta-feira (28/11), foi o acampamento 17 de Abril, em Santana do Acaraú. O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Terra (MST-Ceará) denuncia a destruição de casas, morte de animais e expulsão de moradores do acampamento. A Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE) repudia mais essa ação – que já foi o terceiro caso de invasão registrado, em menos de um mês, envolvendo acampamentos do MST no estado.

Segundo a direção estadual do Movimento, “jagunços” praticaram a ação criminosa contra o acampamento, onde foram destruídas e/ou incendiadas várias casas. O ato ocorreu durante a tarde e causou ainda a expulsão de cerca de 60 famílias – a maioria já morava no local há mais de dois anos e foi surpreendida por trabalhadores de fazendeiros da região, que chegaram acompanhados de policiais e sem nenhum protocolo para reintegração da posse. 

Os ataques são sucessivos, não são isolados e preocupam tanto os movimentos sociais quando todos os que fazem a Frente Brasil Popular e a CUT-CE. O problema agrário no Ceará não se resolve com violência. Outros dois casos ocorreram recentemente. Um acampamento urbano do MST em Tamboril já havia sido alvo de ações criminosas no dia 30 de outubro. Uma semana atrás (21/11), uma ação de despejo foi solicitada contra o acampamento Zé Maria do Tomé – também do Movimento, em Limoeiro do Norte.

É inadmissível a ofensiva contra essas famílias que lutam pelo direito à terra. Isso nada mais é que o recrudescimento da repressão aos movimentos sociais e a criminalização destes. Não podemos tolerar a continuidade dos discursos de ódio numa democracia, principalmente contra movimentos legítimos. O avanço da extrema-direita no Brasil e as forças reacionárias estão voltados exclusivamente ao ataque aos trabalhadores do campo e da cidade.

Defendemos o acampamento 17 de Abril, a democracia e a luta pelos direitos. O direito à terra é inegociável. A luta vai continuar! Toda nossa solidariedade e admiração aos companheiros e às companheiras sem-terra!

Fortaleza, 29 de novembro de 2018

Direção-Executiva da CUT-CE

Cerca de 60 famílias foram expulsas de suas casas, que foram incendiadas no acampamento 17 de Abril