Escrito por: Rafael Mesquita, Sindiute

Professores de Fortaleza fazem pressão por reajuste de 10,09% e ocupam a Câmara

A mobilização coincidiu com a abertura dos trabalhos legislativos, que contou com a participação do prefeito José Sarto

Thainá Duete

No dia 01 de fevereiro, os professores de Fortaleza, conduzidos pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), ocuparam a Câmara Municipal em protesto pelo reajuste salarial de 10,09%.

A mobilização coincidiu com a abertura dos trabalhos legislativos, que contou com a participação do prefeito José Sarto. A cerimônia atrasou e foi completamente reformulada por conta do ato público dos trabalhadores. A CUT Ceará foi representada pelo presidente, Wil Pereira, e por Emanuel Lima, secretário de administração, e Gardênia Baima, secretária de cultura.

Visivelmente constrangidos, prefeito e vereadores da base aliada do gestor ouviram palavras de ordem como: “Professor na rua, prefeito a culpa é sua” e “Vereador, presta atenção, tenha vergonha e defenda a educação”, marcando assim a maior mobilização já vista no parlamento municipal.

Além do aumento salarial, os milhares de profissionais da educação exigem o fim do desconto de 14% nos salários dos aposentados e o pagamento do precatório do antigo Fundef, pendente desde 2015. Outras reivindicações incluem a garantia de direitos iguais para os docentes aprovados no concurso de 2022, que perderam os benefícios dos anuênios e da licença-prêmio. Os profissionais também demandam a inclusão dos funcionários de escola no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Educação, a aplicação da CLT para os professores substitutos, e a realização de concursos públicos para professores, técnicos, supervisores e orientadores.

Vereador ofende professores

Durante a sessão solene, o vereador Inspetor Alberto, em desacordo com a manifestação da categoria, proferiu insultos aos professores, chamando-os de "vagabundos". Ana Cristina Guilherme, presidenta do Sindiute, presente no plenário, enfrentou os ataques do parlamentar e foi alvo de ofensas. A vereadora Ana Paula Brandão, que liderava protesto da enfermagem, também sofreu ofensas. Em meio a situação, a sessão foi suspensa pelo presidente da Casa, Gardel Rolim.

Calendário da luta

O calendário de paralisações está previsto até sexta-feira, 02/02, quando está agendada uma nova reunião de negociação com o prefeito José Sarto. Uma nova assembleia também será realizada na sexta-feira para avaliar os resultados da reunião com o município.

Apesar de hoje ser o terceiro dia letivo, as escolas permanecem paradas devido à mobilização dos educadores.