Sem reajuste, professores de Maracanaú aprovam estado de greve debaixo de chuva
Professores cobram o reajuste de 12,84% estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC)
Publicado: 06 Fevereiro, 2020 - 15h10 | Última modificação: 06 Fevereiro, 2020 - 16h12
Escrito por: Suprema
Em frente à prefeitura de Maracanaú, na manhã desta quarta-feira (05 de fevereiro), debaixo de forte chuva, os professores aprovaram a deflagração de estado de greve. Os profissionais paralisaram suas atividades no dia de hoje para reivindicar do prefeito Firmo Camurça 12,84% de reajuste salarial, conforme a Lei do Piso. O prefeito ofereceu até o momento 8,83% para 08 professores de nível médio, assim alcançando o piso reajustado e 4,31% para os demais níveis. Porém, o índice foi negado pela categoria, que riu do desaforo.
A categoria já vem há, pelo menos, 10 anos com achatamento salarial e por isso está disposta a ir até as últimas consequências para conseguir o percentual devido. Nos 08 anos do governo de Firmo Camurça, ele concedeu apenas uma vez o percentual estipulado pelo MEC. “O prefeito está conhecido no município como inimigo da Educação e dos professores por todas as desculpas esfarrapadas que ele traz ano a ano acerca das contas do municípios, sem apresentar nenhum estudo de impacto econômico, deste que é a segunda maior arrecadação do Estado”, aponta Vilani Oliveira, diretora de Formação Política do Suprema e presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam).
Como se isso não fosse o suficiente, professores denunciam ainda o caos instaurado na Educação de Maracanaú, fato já refletido nos índices do município. Devolução de professores como mercadoria; suspensão de direitos como: redução de carga horária, progressões, promoções, assédio moral, além de falta de xerox e materiais nas escolas e salas muito quentes, são algumas das diversas denúncias que chegam ao sindicato através da categoria. O desestímulo é geral.
“Os professores não aguentam mais serem tão desrespeitados e humilhados pelo poder executivo, que não inova nem o discurso para retirar direitos da categoria”, desabafa o professor Glauberto Nascimento.
A diretoria do Suprema já protocolou ofício para audiência pública na Câmara dos Vereadores na tentativa de destravar a negociação da campanha salarial 2020. Também já foi estabelecida agenda a ser cumprida durante o estado de greve. “É importante a presença massiva da categoria, a exemplo de hoje, para aumentar a energia do movimento”, destaca Janaína Santana, vice-presidenta do Suprema.
Confira a agenda do estado de greve:
– Sexta-feira (07/02/2020), Reunião com a Comissão de Educação da Câmara, às 10h, para confirmar a data da audiência pública para abertura da Campanha Salarial 2020;
– Quinta-feira (13/02/2020), às 17h. Reunião com o prefeito para segunda mesa de negociação, na Secretaria de Assuntos Econômicos.
– Sexta-feira (14/02/2020), às 15h. Assembleia dos profissionais para deliberação da greve. Colégio 7 de setembro, na Pajuçara.
“Aprovamos o estado de greve, pois sabemos que a prefeitura tem o dever legal de conceder o reajuste, já aplicado em mais de mais de 70 municípios do Ceará. Ao mesmo tempo, cobramos empenho da categoria para conduzir esse movimento até a vitória. Dia 14 vamos decidir se é paralisação geral”, diz Joana Ferreira, presidenta do Suprema.