Escrito por: Redação CUT
O evento, organizado pelo Fórum das CUTs da região, começou seu segundo dia de atividades com uma mesa de debates encabeçada por representantes da Executiva Nacional da CUT e Presidentes das CUTs no Nordeste.
Mais de 70 presidentes de sindicatos, federações e presidentes CUTistas estiveram reunidos na manhã desta quinta-feira (1º), no Centro de Formação e Lazer do Sindsprev de Pernambuco, para participar do Seminário de Construção da Agenda de Desenvolvimento do Nordeste. O evento, organizado pelo Fórum das CUTs da região, começou seu segundo dia de atividades com uma mesa de debates encabeçada por representantes da Executiva Nacional da CUT e Presidentes das CUTs no Nordeste. O encontro tem como objetivo pensar ações propositivas para a região e para o Brasil, para que os integrantes dos sindicatos possam repassar para suas bases.
Presente no evento, a Secretária Nacional de Formação da CUT Rosane Bertotti comentou sobre a importância do encontro que reúne representantes dos nove estados do Nordeste. “O Nordeste é uma região muito rica na sua cultura, na sua produção, no seu povo, na sua luta, e tem demonstrado isso ao longo do tempo, tanto com resistência na sua forma de organizar, como no próprio resultado eleitoral, dando uma votação expressiva para o Lula. Esse encontro que reúne o Fórum das CUTs do Nordeste, mesmo sabendo que são nove estados e cada estado tem a sua especificidade, é uma articulação fundamental”, comentou. Rosane também pontuou a importância da Escola Nordeste neste contexto. “A Escola Nordeste tem um pouco esse papel de ser a aglutinadora da região. Além de pensar o espaço formativo e as estratégias, ser um espaço de aglutinação da região”, avaliou Rosane.
De acordo com o presidente da CUT Ceará Wil Pereira, o Fórum das CUTs fortalece as ações da Central no Nordeste e unifica as pautas de interesse da classe trabalhadora. “O Fórum das CUTs surgiu como uma estratégia de unidade, de fortalecimento da Região Nordeste. Uma região que representa mais de mil sindicatos filiados à CUT Nacional. Esse é o nosso último encontro antes da posse do presidente Lula, o que torna a nossa reunião ainda mais importante para este momento.”
Para Graça Costa, Presidente do DIAP, o Fórum das CUTs apresenta muitos elementos que precisam ser debatidos e pensados. “O diagnostico posto até agora é que a situação do país é muito delicada. O Brasil tem hoje mais de 33 milhões de pessoas passando fome, e isso não pode ser desconsiderado. Em 2003, quando Lula assumiu a presidência da República, nós tínhamos 20 milhões de pessoas na miséria, então nós entendemos que a situação agora é muito mais complexa e os desafios bem maiores. Para nós, dos movimentos sindicais e da classe trabalhadora, a situação é muito grave, porque, desde o golpe até agora, foram retirados muitos direitos e as políticas públicas foram todas desorganizadas. Temos muitas angústias, mas também temos muitas perspectivas”, apontou Graça.
Um dos debates em destaque no seminário foi sobre um novo modelo sindical, em relação à comunicação e às coisas que estão acontecendo de forma on-line – a exemplo do home office, atividade que se proliferou durante a pandemia e que necessita de uma regulamentação. Para Graça, a forma como o home office foi implantado na sociedade foi brutal. “De repente, temos trabalhadores que vivem atrás de uma tela, seja de computador ou celular, sem ter tido treinamento, sem ter formação e sem os instrumentos necessários. Nesse cenário, passamos por mudanças de que também tiramos proveito. A democratização da comunicação está em curso dentro do movimento sindical, porque agora a gente pode fazer dezenas de assembleias on-line, sem gastar dinheiro de passagem, de alimentação, e tudo isso foi debatido aqui, para que a gente tenha condições de apresentar pautas para dentro do movimento sindical”, explicou.