Trabalhadores foram às ruas de Fortaleza para protestar contra privatizações
Puxado pela CUT Ceará e demais centras sindicais, o ato teve concentração em frente ao Serpro e encerrou na Assembleia Legislativa
Publicado: 20 Setembro, 2019 - 14h04
Escrito por: Redação CUT
Na manhã desta sexta-feira (20/9), centenas foram às ruas de Fortaleza para se somar ao ato “Em defesa da soberania nacional, da educação e da aposentadoria” puxado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT Ceará), demais centrais, frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e movimentos sociais.
Trabalhadores, servidores públicos, professores, estudantes e aposentados se reuniram em frente ao prédio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), no Bairro São João do Tauape e seguiram em caminhada pela Avenida Pontes Vieira até a Assembleia Legislativa do Ceará. Os manifestantes foram recebidos pelos deputados Elmano Freitas (PT), Augusta Brito (PCdoB), Renato Roseno (Psol) e Acrísio Sena (PT), que representam a frente parlamentar da casa que defende as estatais ameaçadas de privatização. O deputado federal José Guimarães (PT) também participou do ato.
A escolha do local de concentração foi estratégica, segundo a diretora de política sindical da Fenadados (Federação Nacional dos Trabalhadores em Processamento de Dados), Telma Dantas, já que o Serpro é a maior empresa em prestação de serviços em tecnologia da informação do Brasil e está incluído junto a outros órgãos públicos no pacote de privatizações do Governo Federal, anunciado no mês passado. "Nós estamos somando na luta contra as privatizações do governo. Eles querem privatizar as duas maiores empresas de tecnologia do Brasil.", afirmou Telma Dantas.
Segundo Valmir Braz, presidente do Sindpd Ceará (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados, Serviços de Computação, de Informática e Novas Tecnologias da Informação do Estado do Ceará), o pacote de privatizações de Bolsonaro além de atingir as estatais, ataca a soberania nacional do país. "Essa manifestação não é só sobre a Dataprev e o Serpro, é sobre as estatais federais que estão na mira do governo. A soberania nacional está em jogo, não podemos ficar apáticos, não podemos calar diante dos desmontes do governo.", destacou o dirigente sindical.
O presidente da CUT Ceará, Wil Pereira, criticou durante o percurso as medidas apresentadas por Bolsonaro em nove meses de governo. Segundo o dirigente, os projetos apresentados não priorizam o desenvolvimento com justiça social e geração de emprego e renda. “Até agora o Governo Federal só apresentou propostas que representam a extinção de programas sociais, redução do funcionalismo público, retirada de direitos e que estimulam a privatização de estatais como o Serpro, DataPrev, Correios, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e outras importantes empresas públicas. Ou seja, até agora, somente escolhas que beneficiam empresários em detrimento dos que mais precisam”.
Fora Bolsonaro
“Se o povo se unir, Bolsonaro vai cair!”, diziam os mais de 4 mil professores e trabalhadores em educação da rede municipal de Fortaleza que participaram da mobilização usando bandanas nas cores do Brasil e camisas pedindo “Fora Bolsonaro”. Segundo a secretária de finanças do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute) e Secretaria de Igualdade Racial e Combate ao Racismo da CUT Ceará, Gardênia Baima, a categoria decidiu paralisar as atividades durante todo o dia para participar da atividade. "A aula hoje é na rua. Os professores marcharam pela soberania, pelo patrimônio público, contra a privatização e na defesa de um Brasil para todos os brasileiros.”
Reforma da Previdência
Além da defesa das estatais, os manifestantes reforçaram a campanha contra a reforma da Previdência (PEC 6/2019), que está tramitando no Senado e pode ser votada no dia 24 de setembro, próxima terça-feira, depois de manobras do presidente da casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para tentar acelerar a aprovação das mudanças de regras da aposentadoria e outros benefícios previdenciários.
“Toda semana uma novidade vinda deste desgoverno. Esta semana, recebemos a notícia que o governo planeja congelar o salário mínimo e, para ficar pior, o presidente do Senado tenta acelerar a tramitação da reforma da Previdência, para fechar o pacote de perversidades contra a classe trabalhadora. Nós vamos continuar resistindo a todos os ataques. Juntos somos mais fortes!”, enfatizou o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira.
Veja o álbum de fotos do ato em Fortaleza
Assista abaixo os vídeos transmitidos ao vivo: