Escrito por: Rafael Mesquita, Fetamce

Professores de 100 cidades do Ceará conquistam reajuste salarial de 33,24%

A maioria das gestões municipais cearenses tem acolhido o clamor de professores, de sindicatos e da Federação e vem autorizando o aumento conforme a Lei Federal do Piso Nacional do Magistério (Nº 11.738/2008)

Prefeitura de Juazeiro do Norte/Divulgação

A mobilização, organização e capacidade de luta  dos professores e professoras do Ceará tem sido determinante para que autoridades de vários municípios do estado atendam a reivindicação pelo imediato reajuste do piso salarial do magistério de 2022.

Nesta quinta-feira (10), chegou a 100 o número de cidades do estado que confirmou a aplicação do reajuste salarial de 33,24% para os profissionais do magistério da educação básica, aponta levantamento da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) construído com dados enviados pelos sindicatos filiados.

A maioria das gestões municipais cearenses tem acolhido o clamor de professores, de sindicatos e da Federação que estão mobilizados, fazendo paralisações, atos públicos ou greves, e vem autorizando o aumento conforme a Lei Federal do Piso Nacional do Magistério (Nº 11.738/2008).

Em algumas localidades, foram aplicados percentuais acima dos 33,24%, previstos nos mecanismos de cálculo de reposição da categoria. Destaque absoluto para Poranga, com 50,31%, e Ipueiras, com 40,05%. Nas duas cidades, o índice de 2022 foi somado à reposição salarial dos educadores pendentes em outros anos. Também trouxeram índices superiores ao da lei nacional Aratuba (33,5%), Caririaçu (33,25%), Horizonte (33,33%), Mulungu (33,401%) e Senador Sá (34%). 

Sete cidades descumprem a Lei 11.738

Mas em alguns municípios, a situação não foi tão positiva. Pelo menos sete administrações municipais impuseram aos profissionais reajustes abaixo dos 33,24%. São elas Morada Nova (6,74%), Beberibe (7%), Iguatu (10,18%), Maracanaú (14,5%), Itapipoca (25% e 28%), Maranguape (29,68%) e Eusébio (30,8%), agrupadas por ordem de alíquota.

De acordo com a presidenta da Fetamce, Enedina Soares, nas cidades onde o benefício ainda não foi concedido, a luta segue intensificada. “O momento é de avançar na nossa mobilização. Vamos denunciar os prefeitos que descumprem a legislação e conquistar o apoio da sociedade”, declarou.

Os professores e professoras de Iguatu, Barbalha, Crateús, Beberibe e Quixadá seguem em greve revindicando o reajuste.

Em Maracanaú, a greve foi suspensa porque foi aberta uma janela para negociação.  

Leia mais: Maracanaú: professores suspendem greve conforme proposta da audiência de conciliação

Em Quixadá, a luta dos professores é até contra decisões judiciais que querem impedir o direito Constucional de greve.

Reajuste é Lei e deve ser cumprido

O artigo 5º da Lei Federal sancionada em 2008 pelo então Presidente Lula diz que o reajuste salarial dos profissionais do magistério da educação básica deve ser realizado anualmente em primeiro de janeiro. A atualização é calculada utilizando o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano, definido nacionalmente por portarias interministeriais assinadas pelo Governo Federal.

A Fetamce entende que o percentual de crescimento dos vencimentos deve repercutir em toda a carreira. Sendo assim, sindicatos filiados em todo o Ceará reivindicam que o aumento seja concedido de maneira uniforme na tabela dos planos de carreira do magistério municipal.

A Federação alerta ainda para as implicações jurídicas em caso de descumprimento da Lei. De acordo com a entidade, o gestor que não garantir o reajuste pode responder por improbidade administrativa.

Lista atualizada do reajuste igual ou superior a 33,24% para o magistério nas prefeituras do Ceará:

  1. Abaiara
  2. Acaraú
  3. Altaneira
  4. Antonina do Norte
  5. Apuiarés
  6. Aquiraz
  7. Aracati
  8. Araripe
  9. Aratuba (33,5%)
  10. Arneiroz
  11. Assaré
  12. Aurora
  13. Barreira
  14. Barroquinha
  15. Baturité
  16. Bela Cruz
  17. Brejo Santo
  18. Campos Sales
  19. Canindé
  20. Capistrano
  21. Caririaçu (33,25%)
  22. Carnaubal
  23. Cascavel
  24. Catunda
  25. Caucaia
  26. Cedro
  27. Chaval
  28. Choro
  29. Chorozinho
  30. Coreaú (escalonado: 15,03% em março, o restante em outubro, para alcançar 33,24%)
  31. Crato
  32. Croatá
  33. Cruz
  34. Farias Brito
  35. Fortaleza
  36. Fortim
  37. General Sampaio
  38. Guaraciaba do Norte
  39. Guaramiranga
  40. Hidrolândia
  41. Horizonte (33,33%)
  42. Icó
  43. Ipaumirim
  44. Ipueiras (40,05%)
  45. Iracema
  46. Irauçuba
  47. Itaitinga
  48. Itapajé
  49. Itatira
  50. Jaguaruana
  51. Jardim
  52. Jati
  53. Jijoca de Jericoacoara
  54. Juazeiro do Norte
  55. Jucás
  56. Lavras da Mangabeira
  57. Limoeiro do Norte
  58. Madalena
  59. Marco
  60. Mauriti
  61. Milagres
  62. Milhã
  63. Missão Velha
  64. Mombaça
  65. Morrinhos
  66. Mucambo
  67. Mulungu (33,40%)
  68. Nova Olinda
  69. Nova Russas
  70. Orós
  71. Pacoti
  72. Pacujá
  73. Paraipaba
  74. Pentecoste
  75. Pereiro
  76. Poranga (50,31%)
  77. Porteiras
  78. Potengi
  79. Potiretama
  80. Quiterianópoles
  81. Quixelô
  82. Quixeramobim
  83. Reriutaba
  84. Salitre
  85. Santa Quitéria
  86. Santana do Cariri
  87. São Gonçalo do Amarante
  88. São Luis do Curu
  89. Senador Pompeu
  90. Senador Sá (34%)
  91. Tamboril
  92. Tarrafas
  93. Tauá
  94. Tejuçuoca
  95. Trairi
  96. Umirim
  97. Uruburetama
  98. Uruoca
  99. Varjota
  100. Várzea Alegre

*Barbalha deixou a lista, tendo em vista que o Sindicato de Servidores da cidade anuncia que, após o anúncio, a Prefeitura não enviou Lei que autoriza o benefício à Câmara e se nega a negociar com a entidade sindical.

Reajustes abaixo de 33,24%:

  1. Beberibe (7%)
  2. Iguatu (10,18%)
  3. Itapipoca (25% e 28%)
  4. Maracanaú (14,5%)
  5. Maranguape (29,68%)
  6. Morada Nova (6,74%)
  7. Eusébio (30,8%)