Escrito por: Rafael Mesquita, Sindiute

Professores de Fortaleza aprovam paralisação pelo piso salarial

Com isso, as aulas na rede municipal de ensino não devem ser iniciadas

Thainá Duete

Em assembleia geral realizada nesta quinta-feira (26), professores e funcionários das escolas de Fortaleza aprovaram paralisação total das atividades. Convocados pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), os profissionais decidiram que só iniciam o ano letivo quando o prefeito José Sarto (PDT) anunciar o reajuste do piso salarial do magistério. O encontro ocorreu na Escola de Tempo Integral Filgueiras Lima, no Jardim América, e contou com a participação de mais de 5 mil pessoas.

De acordo com Ana Cristina Guilherme, presidenta do Sindiute, a categoria decidiu que as aulas, que estavam previstas para começarem amanhã (27), só iniciem depois que a Prefeitura apresentar a atualização dos salários dos professores e funcionários das escolas, ativos e inativos, efetivos e substitutos.

“Essa decisão é resultado da irresponsabilidade do prefeito Sarto ao descumprir a Lei Federal do Piso Nacional do Magistério. Portanto, a partir desta sexta estaremos em mobilização permanente em frente ao Paço Municipal, para exigir que a Prefeitura anuncie urgente a aplicação do piso, garantindo assim o retorno dos professores para a sala de aula”, destacou a dirigente.

Reajuste

O crescimento salarial dos educadores deve ser de pelo menos 14,95%, conforme determina a Lei Federal do Piso Nacional do Magistério (Nº 11.738/2008). Com isso, a remuneração mínima do grupo não pode ser inferior a R$ 4420,55 em 2023. Enquanto Fortaleza não paga o piso e atualiza a tabela vencimental do grupo, 39 cidades do Ceará já confirmaram, até a última quinta-feira (25), a aplicação do aumento para o magistério. A categoria também cobra o reajuste não implantado de 2017, carteira assinada para professores substitutos, revogação da alíquota previdenciária de 14% aplicada a aposentados e a revisão da reforma da previdência de Fortaleza.

Pressão

Segundo Ana Cristina, a categoria já sofreu calote em governos anteriores, o que reforça a mobilização. “É hora de aumentar a pressão. Em 2017, o então prefeito deu calote, pois, naquele ano, o reajuste foi zero, rebaixando os salários, já que não houve nem piso, nem reposição da inflação. Na gestão do Sarto, a maldade continuou, iniciou o seu mandato, com o mais terrível golpe, a Reforma da Previdência, que taxou os aposentados 14%, confiscado dos salários, e o fim da licença prêmio e anuênios, para os novos professores que já ingressam sem os direitos. Prefeito, piso já para a aula começar”, destaca a presidenta do Sindiute.

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